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A precisão e a segurança da cirurgia robótica

Cirurgia robotizada na prótese do joelho

HPA Magazine 20

A cirurgia robótica ou de forma global, a cirurgia de precisão, “chegou, viu e venceu”.
As razões prendem-se com o aumento da segurança, a diminuição dos erros e complicações cirúrgicos, que se refletem de forma exponencialmente positiva para o doente: menor dor no pós-operatório, menor sobrecarga e melhor resposta do sistema imunitário, recuperação mais rápida, menor incidência de infeções e cicatrizes operatórias quase invisíveis.
O Grupo HPA Saúde tem vindo a assegurar um importante marco nesta área, merecendo que lhe dediquemos mais uma edição.



 

Foi em abril que realizámos no HPA Gambelas a primeira cirurgia robotizada para a prótese do joelho, crendo num futuro próximo podermos replicá-la para a prótese da anca. O robot utilizado conduz uma fresa inteligente com precisão infra milimétrica. Controlado pelo cirurgião, reduz a possibilidade de erro e ajuda na colocação do implante, reproduzindo quase na totalidade o joelho original do doente.
As artroplastias do joelho e da anca são, pelos seus excelentes resultados, dos procedimentos mais gratificantes para o doente e para o cirurgião ortopedista. Perfazem cerca de 10% das 2.000 intervenções anuais realizadas pelo Grupo de Ortopedia (GO) do HPA e são há 12 anos uma das áreas onde o GO mais tem investido em termos técnicos e científicos. 
De acordo com o Dr. João Paulo Sousa, coordenador do GO HPA “acreditamos que com esta opção tecnológica, precisa e segura, vamos conseguir melhorar os nossos resultados clínicos e funcionais: reduzir o número de doentes insatisfeitos e, provavelmente, encurtar o tempo de internamento e de recuperação, permitindo um regresso mais seguro às atividades de vida diária, bem como aumentar a longevidade da prótese.” 
Na ortopedia, como em múltiplas áreas da medicina, o contributo das novas tecnologias tem sido precioso e crescente. Exemplo disto é o sistema PSI (Patient Specific Instrumentation), em que são executados blocos de corte específicos e personalizados para cada doente, sistema a que o GO HPA já recorre há mais de dez anos, tendo-se tornado num centro de referência. 
O investimento da equipa na área das novas tecnologias tem gerado uma produção científica relevante (dez publicações em revistas indexadas, três capítulos de livros, 60 comunicações em congressos), que está na base do reconhecimento da idoneidade formativa pela Ordem dos Médicos de internos de ortopedia. A introdução da robótica dará um novo impulso a esta importante vertente da atividade médica.

 

Por seu lado, o Grupo de Urologia do Hospital Particular do Algarve iniciou em maio, pela primeira vez em Portugal, mais uma técnica cirúrgica minimamente invasiva para o tratamento do cancro prostático.  Foi a apresentação do Sistema Robótico Focal One® HIFU, que recorre a tecnologia de ultrassom de alta intensidade e com focagem precisa HIFU: High Intensity Focused Ultrasound.
A magnitude da energia do ultrassom que o Focal One® HIFU transmite, permite aumentar rapidamente a temperatura no ponto focal que se pretende, causando uma necrose de coagulação, uma ablação rigorosa da lesão prostática maligna, que não danifica os tecidos e as estruturas saudáveis à sua volta. Esta precisão é dada por um software que alia imagens 3D sobreponíveis à ressonância magnética, cujos movimentos são todos controlados roboticamente e com precisão submilimétrica. Por outro lado, esta técnica é também superior relativamente ao tempo: o conjunto do planeamento, configuração do equipamento e procedimento propriamente dito, pode ser de 45 minutos, ou seja, três vezes mais rápido que a maior parte das técnicas. A primazia deste sistema robótico traduz-se em quatro vantagens: sem corte, sem cicatriz, sem perda de sangue e sem radiação, à qual eu acrescentaria ainda a acessibilidade. Ou seja, o Focal One® HIFU oferece a possibilidade, sem descurando a precisão, do acesso à parte anterior de próstatas grandes (até 40 mm), sendo igualmente personalizável para lesões múltiplas e, cuja excisão pode ser parcial ou total, explica o Prof. Doutor Tiago Rodrigues, o impulsionador desta nova tecnologia no HPA.
Estamos muito entusiasmados com mais esta inovação tecnológica, não por sermos os primeiros a experimentá-la, mas porque o Grupo de Urologia do Grupo HPA Saúde continua a apostar na vanguarda da manutenção da qualidade de vida e bem-estar da saúde masculina e, de forma concreta no carcinoma da próstata, a neoplasia masculina mais frequente no mundo ocidental e a segunda causa de morte por cancro nos homens.